Rio de Janeiro - Muita gente me pergunta porque eu tenho essa paixão tão grande por um Festival que está a meio mundo de distância de mim e como surgiu. Muitos ainda questionam como consigo entender. Então vamos aos fatos. Não farei um resumo do surgimento, para isso existe o Wikipédia... Falarei como mais um torcedor e questionador da nossa cultura.
Importante:
"Você nunca deve olhar a cultura alheia, com a lente da sua cultura..."
Primeiro, para começar a se apaixonar pelo Festival de Parintins, você deve se despojar de qualquer preconceito. Principalmente quem vive na região sul e sudeste do Brasil, onde a cultura do carnaval é mais forte. Parintins NÃO É carnaval. Apesar das duas manifestações serem folclóricas no País, atraírem milhares de turistas do mundo inteiro e tradicionais ritos, são totalmente diferentes. A começar pela origem. O carnaval vem de uma convergência de manifestações greco-romana, cultura africana, indígena e festejos europeus. Já o Festival de Parintins é exclusivamente originário da cultura indígena e européia. Tanto que os temas (a história a ser desenvolvida nos três dias do evento) devem ser, obrigatoriamente, voltados à cultura amazônica/indígena.
A Ilha se divide. Diferentemente de qualquer outro lugar ou até do futebol, famílias se separam, cidades se dividem e muitas pessoas ficam semanas sem se falarem por conta do Festival. Tudo por conta de dois bois, representados por duas cores: Azul e Vermelho. E tudo sem violência!!! A importância desse momento é tão grande, que as próprias empresas patrocinadoras se adaptam a Parintins. Em nenhum outro lugar do mundo, a Coca-Cola, por exemplo, muda sua cor, a não ser lá. Como é famosa pelo vermelho das suas latinhas, para atender o outro Boi rival, também lançou-se na cor azul. Assim acontece com diversas outras, como Bradesco, Correios e afins. Veja o exemplo:
A primeira vez que assisti o Festival de Parintins foi 2003, através do SBT, num sinal exclusivo e que nunca mais foi feito, voltando apenas com a Band, em 2008. Mas o primeiro contato que tive com os dois Bois foi na década de 90, numa reportagem sobre a rivalidade e as cores dos bois. De lá para cá fui sempre aprimorando o entendimento, mas nunca querendo comparar com nenhum outro evento já existente no sul. Pelo contrário, me sentia orgulhoso de morar num País onde no meio da floresta faz-se uma festa que o mundo reverência. E infelizmente, até mais que os próprios brasileiros. A força das toadas e da galera, me fez apaixonar pelo Garantido. É raça, é vibração, é emoção...
Então fica a você o convite a assistir, hoje a partir das 21 horas, (20hs, horário local) na TV Band, a primeira noite do Festival de Parintins. Mas antes, leia as instruções de como ver de forma prazerosa:
1 - Repetindo: Festival de Paritins NÃO É carnaval. Apesar das alegorias, elas não entram em cortejo ou procissão, como nos Sambódromos. Elas são chamadas módulos alegóricos e, em cada uma, há uma representação que "acontece" ali na arena, transformando-se e com uma tecnologia tão impressionante, que o carnaval do RJ e SP importaram para movimentar suas alegorias no carnaval. Tudo de forma manual, sem NENHUMA engrenagem. Sim, não é um fluxo do Rio para Parintins, mas ao contrário.
2 - Não há quesitos, mas itens. Ao todo são 21, onde se apresentam em sequência ou ao mesmo tempo (no caso dos percussionistas e apresentador). São eles: Apresentador, Levantador de Toadas (cantor), Ritual Indígena, Porta-Estandarte, Batucada ou Marujada (Percussionistas do Garantido e Caprichoso, respectivamente), Amo do Boi, Sinhazinha da Fazenda, Boi Bumbá Evolução, Pajé, Tuxauas, Figura Típica Regional, Toada, Alegoria, Tribos Indígenas, Vaqueirada, Galera (a torcida se manifestando nas arquibancadas), Cunhã-Poranga (a mulher mais linda da aldeia), Alegoria, Organização e Conjunto Folclórico e Rainha do Folclore.
3 - Festival de Parintins é uma ÓPERA NA FLORESTA. Ou seja, é importante ouvir e entender a letra das toadas com o que é apresentado. Assista tentando entender a lenda que está sendo feita na arena, mas jamais comparando com um enredo de escola de samba.
4 - Escolha um Boi para torcer. Além de ficar mais divertido, você vai ficar curioso para entender sobre os detalhes e se apaixonar. PS: Garantido é o maior vencedor do Festival, o mais famoso entre ambos os bois e apelidado de "Boi do Povão" pela força da sua torcida.
5 - Tenha paciência e observe cada detalhe. Ao contrário de outras manifestações culturais, cada boi tem duas horas e meia de apresentação, então você precisa compreender cada momento e não assistir sempre querendo que acabe.
Ordem das apresentações nos três dias:
Sexta-Feira - 24/06/2011
1ª - Boi Garantido
2ª -Caprichoso
Sábado - 25/06/2011
1ª - Garantido
2ª -Caprichoso
Domingo - 26/06/2011
1ª -Caprichoso
2ª - Garantido
Fica a dica. Venha e se apaixone. Essa cultura não é de Parintins, mas do Brasil. Milhares de turistas do mundo e até empresários vêm para cá. Nossa cultura é visível ao mundo e nos faz sentir um pouco mais orgulhosos, mesmo em meio a tantos que destróem o País, como os governantes.
Importante:
"Você nunca deve olhar a cultura alheia, com a lente da sua cultura..."
Primeiro, para começar a se apaixonar pelo Festival de Parintins, você deve se despojar de qualquer preconceito. Principalmente quem vive na região sul e sudeste do Brasil, onde a cultura do carnaval é mais forte. Parintins NÃO É carnaval. Apesar das duas manifestações serem folclóricas no País, atraírem milhares de turistas do mundo inteiro e tradicionais ritos, são totalmente diferentes. A começar pela origem. O carnaval vem de uma convergência de manifestações greco-romana, cultura africana, indígena e festejos europeus. Já o Festival de Parintins é exclusivamente originário da cultura indígena e européia. Tanto que os temas (a história a ser desenvolvida nos três dias do evento) devem ser, obrigatoriamente, voltados à cultura amazônica/indígena.
A Ilha se divide. Diferentemente de qualquer outro lugar ou até do futebol, famílias se separam, cidades se dividem e muitas pessoas ficam semanas sem se falarem por conta do Festival. Tudo por conta de dois bois, representados por duas cores: Azul e Vermelho. E tudo sem violência!!! A importância desse momento é tão grande, que as próprias empresas patrocinadoras se adaptam a Parintins. Em nenhum outro lugar do mundo, a Coca-Cola, por exemplo, muda sua cor, a não ser lá. Como é famosa pelo vermelho das suas latinhas, para atender o outro Boi rival, também lançou-se na cor azul. Assim acontece com diversas outras, como Bradesco, Correios e afins. Veja o exemplo:
A primeira vez que assisti o Festival de Parintins foi 2003, através do SBT, num sinal exclusivo e que nunca mais foi feito, voltando apenas com a Band, em 2008. Mas o primeiro contato que tive com os dois Bois foi na década de 90, numa reportagem sobre a rivalidade e as cores dos bois. De lá para cá fui sempre aprimorando o entendimento, mas nunca querendo comparar com nenhum outro evento já existente no sul. Pelo contrário, me sentia orgulhoso de morar num País onde no meio da floresta faz-se uma festa que o mundo reverência. E infelizmente, até mais que os próprios brasileiros. A força das toadas e da galera, me fez apaixonar pelo Garantido. É raça, é vibração, é emoção...
Então fica a você o convite a assistir, hoje a partir das 21 horas, (20hs, horário local) na TV Band, a primeira noite do Festival de Parintins. Mas antes, leia as instruções de como ver de forma prazerosa:
1 - Repetindo: Festival de Paritins NÃO É carnaval. Apesar das alegorias, elas não entram em cortejo ou procissão, como nos Sambódromos. Elas são chamadas módulos alegóricos e, em cada uma, há uma representação que "acontece" ali na arena, transformando-se e com uma tecnologia tão impressionante, que o carnaval do RJ e SP importaram para movimentar suas alegorias no carnaval. Tudo de forma manual, sem NENHUMA engrenagem. Sim, não é um fluxo do Rio para Parintins, mas ao contrário.
2 - Não há quesitos, mas itens. Ao todo são 21, onde se apresentam em sequência ou ao mesmo tempo (no caso dos percussionistas e apresentador). São eles: Apresentador, Levantador de Toadas (cantor), Ritual Indígena, Porta-Estandarte, Batucada ou Marujada (Percussionistas do Garantido e Caprichoso, respectivamente), Amo do Boi, Sinhazinha da Fazenda, Boi Bumbá Evolução, Pajé, Tuxauas, Figura Típica Regional, Toada, Alegoria, Tribos Indígenas, Vaqueirada, Galera (a torcida se manifestando nas arquibancadas), Cunhã-Poranga (a mulher mais linda da aldeia), Alegoria, Organização e Conjunto Folclórico e Rainha do Folclore.
3 - Festival de Parintins é uma ÓPERA NA FLORESTA. Ou seja, é importante ouvir e entender a letra das toadas com o que é apresentado. Assista tentando entender a lenda que está sendo feita na arena, mas jamais comparando com um enredo de escola de samba.
4 - Escolha um Boi para torcer. Além de ficar mais divertido, você vai ficar curioso para entender sobre os detalhes e se apaixonar. PS: Garantido é o maior vencedor do Festival, o mais famoso entre ambos os bois e apelidado de "Boi do Povão" pela força da sua torcida.
5 - Tenha paciência e observe cada detalhe. Ao contrário de outras manifestações culturais, cada boi tem duas horas e meia de apresentação, então você precisa compreender cada momento e não assistir sempre querendo que acabe.
Ordem das apresentações nos três dias:
Sexta-Feira - 24/06/2011
1ª - Boi Garantido
2ª -
Sábado - 25/06/2011
1ª - Garantido
2ª -
Domingo - 26/06/2011
1ª -
2ª - Garantido
Fica a dica. Venha e se apaixone. Essa cultura não é de Parintins, mas do Brasil. Milhares de turistas do mundo e até empresários vêm para cá. Nossa cultura é visível ao mundo e nos faz sentir um pouco mais orgulhosos, mesmo em meio a tantos que destróem o País, como os governantes.
nossa, só de ler fiquei com vontade de assistir hoje a noite! verei e depois comento aqui o que achei rs rs
ResponderExcluirbjusss
Onde assino? perfeito! Belo texto
ResponderExcluir